Tudo ao mesmo tempo agora

Tudo ao mesmo tempo agora

Por Débora Máximo

Responda, rápido: você é do tipo de pessoa que se vê desenvolvendo várias tarefas ao mesmo tempo? Então saiba que está inserida em um nada seleto grupo que acredita levar vantagem nisso, mas tudo não passa de um grande engano. Afinal, o dia continua tendo as mesmas 24 horas e fazer "tudo ao mesmo tempo agora", e carimbar-se como uma pessoa "multitarefa", nem sempre é sinônimo de eficácia.

Criado pela International Business Machines Corporation (IBM), em 1960, o termo multitarefa foi usado pela primeira vez fazendo referência às diferentes funções que um computador era capaz de desempenhar em pouco tempo. Daí a transferência para a condição humana daqueles que, aparentemente, realizam de maneira simultânea muitas tarefas no dia a dia. Atividades como, durante uma reunião responder e-mails ou mensagens via WhatsApp; ou monitorar os serviços domésticos e até os filhos, em meio a trabalhos profissionais externos.

Situações como essas têm gerado cada vez mais impactos negativos na saúde física e mental das pessoas. A cultura voltada para o excesso de estímulos e hiperprodutividade acaba sobrecarregando o cérebro, segundo especialistas que pesquisam o comportamento humano.

Assim, ao pensar e agir na linha "tudo ao mesmo tempo agora", assumimos uma espécie de compromisso com nós mesmos, facilitados pela fantástica experiência de tanta tecnologia disponível, o que implica numa grande pressão por agilidade. Ficamos numa fila do caixa no supermercado, por exemplo, com um angustiante sentimento de perda de tempo. Isso acaba gerando estresse, ansiedade, até porque cada um tem seu próprio tempo...

Portanto, a mentalidade do imediatismo e da multitarefa pode trazer consequências negativas ao bem-estar, como elevação da pressão arterial e frequência cardíaca, causando fadiga mental e diminuição da eficiência. Tudo isso na tentativa de dar conta das demandas da vida pessoal e profissional. Mas, vale lembrar: o dia continua tendo as mesmas 24 horas. Então, desacelere!

Divulgação
Débora Máximo é influencer e graduanda em Psicologia

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